O Avesso dos Ponteiros

Sempre chega a hora da solidão 
Sempre chega a hora de arrumar o armário 
Sempre chega a hora do poeta a plêiade 
Sempre chega a hora em que o camelo tem sede 
O tempo passa e engraxa a gastura do sapato 
E Na pressa a gente nem nota que a 
Lua muda de formato 
Pessoas passam por mim pra pegar o metrô 
E Confundo a vida ser um longa-metragem 
O diretor segue seu destino de cortar as cenas 
E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos 
já não vai mais ao cinema 
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você 
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você 
Penso quando você partiu assim sem olhar pra trás 
Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais 
Os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei pra onde 
Será que é lá que você se esconde? 
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você 
Tudo passa e eu ainda ando pensando em você 
A idade aponta na falha dos cabelos 
Outro mês aponta na folha do calendário 
As senhoras vão trocando o vestuário 
As meninas viram a página do diário 
O tempo faz tudo valer a pena 
E nem o erro é desperdício 
Tudo cresce e o início 
Deixa de ser início 
E vai chegando ao meio 
Aí começo a pensar que nada tem fim 
Que nada tem fim 

Ana Carolina e suas boas verdades...

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