O "inventivo" Guimarães Rosa

Fabiano- Sinhá Vitória- Baleia e os meninos
Vagando pelo sertão e tangido pela seca, para o alívio do sofrimento: só a morte.
"A carga alançou os quartos traseiros e inutilizou uma perna de Baleia(...). E, perdendo muito sangue, andou como gente, em dois pés, arrastando com dificuldade a parte posterior do corpo(...). Uma sede horrível queimava- lhe a garganta. Procurou ver as pernas e não as distinguiu: um nevoeiro impedia-lhe a visão(...). Uma angústia apertou- lhe o pequeno coração."
Vida real condensada em narrativa fictícia.
A compaixão como nossa condição para um fim maior.
O mundo de Baleia é agonizante e primitivo feito só de sentidos e sensações.
Só o de Baleia? Alguma semelhança com o contemporâneo?
Não que eu esteja comparando o homem ao cão; bem verdade, hominizo o cão.
As vozes do silêncio continuam...
As dores humanas também.
Os monstros morais vivem em vigília.
Nos arrastamos, como Baleia, vida afora, em busca do perdão.
"Todo homem mata aquilo que ama", Oscar Wilde.

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